o DESENVOLVIMENTO DA DEPRESSÃO NA INFÂNCIA: UMA ANÁLISE COGNITIVO COMPORTAMENTAL DOS FATORES INICIAIS E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PRECOCE

A depressão na infância é apontada como um importante problema de saúde mental, uma vez
que repercute diretamente no desenvolvimento emocional, cognitivo e social da criança e pode
apresentar risco de cronificação na vida adulta. Evidências apontam que fatores genéticos,
ambientais e psicossociais interagem de maneira complexa, favorecendo a vulnerabilidade ao
transtorno, especialmente quando associados a experiências adversas e padrões de pensamento
disfuncionais internalizados precocemente. Diferentemente do que ocorre em adultos, a
depressão infantil tende a manifestar-se por meio de sintomas menos explícitos, como
irritabilidade, retraimento social, pessimismo, dificuldades escolares e alterações
comportamentais, o que frequentemente dificulta o diagnóstico precoce e, consequentemente,
retarda intervenções eficazes. Esta pesquisa, de natureza bibliográfica, buscou compreender os
fatores iniciais relacionados ao desenvolvimento da depressão na infância sob a perspectiva
cognitivo-comportamental, bem como destacar estratégias de intervenção precoce. Os
resultados indicaram que a identificação sistemática de sinais emocionais e comportamentais,
aliada ao uso de instrumentos padronizados e à observação do contexto familiar e escolar,
constitui etapa central no manejo do transtorno. Além disso, verificou-se que a Terapia
Cognitivo-Comportamental aplicada precocemente demonstra eficácia significativa na
reestruturação de crenças negativas, no desenvolvimento de habilidades socioemocionais e na
prevenção de quadros depressivos persistentes. Assim, reforça-se a importância de intervenções
preventivas, da capacitação de profissionais da saúde e educação e de ações intersetoriais que
garantam apoio contínuo à criança, favorecendo trajetórias de desenvolvimento mais saudáveis.